O presidente de Cuba, Raúl Castro, estaria disposto a se reunir com o colega americano recém-eleito, Barack Obama, em um "lugar neutro", que, a seu ver, poderia ser Guantánamo, segundo um artigo assinado pelo ator Sean Penn e divulgado no site da revista The Nation."Deveríamos nos reunir em um lugar neutro, para começar a resolver nossos problemas", declarou Raúl Castro em resposta às perguntas do ator americano sobre a possibilidade desse histórico encontro.
"Ao término da reunião, poderíamos dar de presente ao presidente eleito (...) a bandeira americana que tremula na base" (de Guantanamo), disse Raúl Castro a Penn em tom de brincadeira.
Para Castro, no entanto, a iniciativa deveria partir do presidente americano. "O presidente dos Estados Unidos deve dar esse passo por própria conta, mas sem ameaçar nossa soberania, que não é negociável", acrescentou.
"Aceitamos o desafio", declarou igualmente Raúl Castro ante a possibilidade de os Estados Unidos levantarem unilateralmente o embargo contra a ilha; 70% de nossa população nasceu sob o bloqueio, lembrou Castro, 77 anos.
O primeiro objetivo desse encontro seria "normalizar o comércio", segundo o dirigente cubano, que desde 2006 está à frente do governo cubano, no lugar do irmão Fidel afastado devido a uma enfermidade.
Nessa entrevista, de sete horas de duração, Raúl Castro rememorou as relações com os governos americanos ao longo de cinco décadas e a possibilidade de desenvolvimento de projetos comuns, como exploração de petróleo nas águas profundas da costa cubana.
"Podemos negociar. Os Estados Unidos estão protegidos pelas mesmas leis comerciais cubanas como qualquer outro país", garantiu Castro.
Penn, antes de viajar a Havana, encontrou-se com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que também se mostrou disposto a ir a Washington reunir-se com Obama.
Chávez disse a Penn que não era comunista, mas um "social-democrata".
Fonte:AFP
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