O delegado Protógenes Queiroz disse nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha "interesses" na realização da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, que desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Protógenes negou, porém, que a Satiagraha tenha sido uma espécie de "missão presidencial" deflagrada a pedido de Lula.
Protógenes disse que o governo federal tinha interesse na realização da Satiagraha depois da evasão de "riquezas do país de forma obscura". Sem dar detalhes dos interesses governistas, o delegado disse que integrantes do Executivo estavam preocupados com a exploração desordenada do solo brasileiro.
Em depoimento sigiloso ao Ministério Público, no ano passado, Protógenes confirmou que a investigação que culminou na Operação Satiagraha foi aberta por determinação da Presidência da República ao então diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda.
Reportagem da *Folha* revelou que o ponto de partida da investigação foram informes repassados ao Planalto pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Deflagrada em 8 de julho, depois de quatro anos de investigações, a Satiagraha teve como principal alvo o banqueiro Daniel Dantas, preso duas vezes preventivamente por ordem da Justiça, atendendo a pedidos do delegado Protógenes.O delegado negou hoje, porém, que Lacerda tenha lhe informado que a operação era um pedido do Palácio do Planalto.
"O doutor Lacerda se comportou de forma isenta e imparcial. A Satiagraha tinha diversos interesses", disse.
Fonte: Folha News-Correio Braziliense