O delegado Protógenes Queiroz disse à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara que não investigou a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) durante a Operação Satiagraha - que apura supostos crimes financeiros atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas.
No começo do depoimento, Protógenes se manteve em silêncio ao ser questionado sobre a espionagem de Dilma. Ele foi enfático ao negar que as investigações não chegaram à Casa Civil nem ao filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha.
"Eu afirmo que não. [A ministra] não foi objeto de investigação. E nem o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o banqueiro [Daniel Dantas] quis reverberar, querendo induzir em erro aos membros dessa comissão dizendo que ele [Dantas] ouviu, na época em que eu o prendi por duas vezes, que eu verbalizei que estava investigando [o filho do presidente]", afirmou.
Protógenes disse que não existe "um mínimo fragmento" na Operação Satiagraha sobre o filho de Lula.O depoimento de Protógenes foi convocado após reportagem da revista "Veja" informar que Protógenes teria investigado diversas autoridades - como Dilma, Lulinha e o ex-ministro José Dirceu.
De acordo com a revista, para investigar o filho de Lula, Protógenes teria dito a integrantes de sua equipe havia recebido uma missão presidencial.
A revista diz que um dos espiões teria ouvido de Protógenes que o presidente Lula tinha interesse na investigação porque seu filho teria sido cooptado por uma organização criminosa - referência a Daniel Dantas.
A empresa de Lulinha fechou em 2004 um acordo com a Brasil Telecom, que na época era controlada por Dantas.
Fonte:Correio Braziliense