“Ou senado se dá ao respeito ou não o respeitarão”,diz Josias de Souza
Quem olha de longe enxerga uma porta. Quem chega mais perto vê um monturo rente à soleira. Em meio à imundice, movem-se as larvas da suspeição. Quem se imagina diante de um lixão, logo enxerga a placa dependurada na porta: presidência do Senado.Quem vira a maçaneta dá de cara com a crise. Ela tem a cara de um senador que, mesmo entre os colegas, só inspira confiança até certo ponto. O ponto de interrogação. Na sociedade, a interrogação, por gigantesca, já não merece nem o benefício da dúvida.A crise se diz vítima de um gigantesco complô. Uma armação da imprensa. Para que a tese fique de pé, é preciso incluir na trama um quarto personagem: o acaso.
Os bois voadores da crise, o laranjal alagoano enganchado no cós da calça da crise, o patrimônio incompatível com a renda da crise, o empréstimo que a crise contraiu sem informar à Receita, tudo não passaria de um lote de coincidências conspirando contra um político honesto, fazendo-o parecer um falso espertalhão.Prestes a arrostar uma derrota no Conselho de Ética, a crise dá de ombros. Ela parece convencida de que, no escurinho do voto secreto do plenário, os colegas a absolverão. Se a crise estiver certa, o Senado está muito próximo de converter-se numa gigantesca Cosa Nostra,afirmou