Finalmente, Renan Calheiros afastou-se da cadeira de presidente do Senado.Depois de ouvir a inúmeros apelos para que se distancie do cargo, Sua Excelência, agora absolvidíssima, foi para bem longe. Renan não disse para onde ia. Sabe-se apenas que quem pagou a viagem foi
você. Reza a praxe brasiliense que os presidentes da Câmara e do Senado, assim como os ministros, podem requisitar jatinhos à FAB. O diabo é que nem Renan nem a mulher dele voaram em missão oficial..
Ao absolver Renan, o Senado converteu-se numa mega-fazenda de Murici (AL).
O gado transita agora pelo gabinete da presidência, pasta no salão azul, passeia pelo cafezinho, baba nas cadeiras do plenário. Os senadores optaram por fingir que as reses não estão ali. Pois que cuidam para não pisar no rabo das vacas, amplificando-lhe os mugidos.(Josias de Souza)
Espanta Fantasma Comenta: Eu no lugar dele não daria mais explicações. Pediria demissão da vida pública e ia morar em algum paraíso fiscal. Tenha um pouco de vergonha na cara senador!!. Este senador tem que devolver o dinheiro roubado do povo e sustentar amantes com o dinheiro do seu trabalho.
Aproveitando-se da ingenuidade ou talvez até da burrice do povo brasileiro, esses ratos ficam anos e anos no poder.. Que adianta reclamar? Faço minha parte - assim como muito de vocês - mas.. a maioria esmagadora é ignorante .
Repercussão Internacional : Caso renan calheiros
O jornal britânico The Financial Times destacou: “Chefe do Senado brasileiro sobrevive a escândalo.” O jornalista Jonathan Wheatleyin relata para o público inglês como se deu a vitória do senador Renan Calheiros na votação em plenário e registra que as denúncias “paralisavam” a Casa desde maio. O texto diz que a oposição está chocada e os governistas, entusiasmados. O FT ainda questiona a habilidade do governo de aprovar a CPMF no Congresso.
O Clarín, jornal de maior circulação na Argentina, deu destaque ao clima do julgamento. “Houve pontapés, murros, parlamentar com consideráveis feridas e vários machucados”, relata, sobre os momentos anteriores à votação. De acordo com o jornal de Buenos Aires, a cena lembrou uma “barricada juvenil”. O jornal diz que a decisão, para muitos, foi um “escárnio” e lembra que Renan é o terceiro na linha sucessória.
O segundo maior jornal argentino, La Nación, estampou: “Indignação pela absolvição de um aliado de Lula.” Depois de “uma novela que incluía lobistas, amantes, testa-de-ferro e gado superfaturado”, prossegue o texto, o presidente do Senado foi absolvido “em uma sessão histórica”. O diário analisa que o presidente Lula “não respirou aliviado”, embora o seu aliado tenha sido poupado no julgamento político.
O site do jornal espanhol El País destacou ontem: “Uma apertada votação absolve o presidente do Senado brasileiro.” Explica como foi o julgamento político, por suspeita de corrupção, e dá detalhes da sessão em que foi mantido o mandato do parlamentar. Por fim, salienta que Renan foi o primeiro presidente do Senado a ser submetido a um processo de cassação, lembrando as demais acusações que pesam contra ele.Também na internet, a emissora de TV e agência de notícias britânica BBC destacou a absolvição de Renan por “margem estreita” de votos. Trata o senador como “um dos mais influentes políticos do Brazil” e diz que ele “ lutou com sucesso para a votação ser secreta”, com o objetivo de ganhar mais facilmente o apoio de colégas.
No Chile, o jornal El Mercurio destacou em seu site que o senador absolvido, “um experiente político de 51 anos”, lutava desde maio contra as denúncias de corrupção. “Renan Calheiros, aliado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ora se salvou da cassação”, informou o periódico, na internet. O jornal chileno também relembra as demais acusações contra o presidente do Senado no Conselho de Ética, que poderão levá-lo a novos julgamentos “nos próximos meses”.
IstoÉ :Procurador-Geral denunciará no STF o esquema do 'tucanoduto'
Nos próximos dias, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, apresentará ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma peça jurídica capaz de provocar um terremoto político tão devastador quanto o do Escândalo do Mensalão. É a denúncia contra os políticos envolvidos no inquérito policial 2245-4/140- STF, que investiga o chamado "tucanoduto" - o caixa 2 da malsucedida campanha do senador Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998.Com mais de cinco mil páginas, o inquérito tem num relatório da Polícia Federal a completa radiografia de como foi montado o esquema e quem se beneficiou com ele.Obtidos com exclusividade por ISTOÉ, os documentos que integram as 172 páginas dessa conclusão são mostrados pela primeira vez. Eles atingem diretamente o atual ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, e envolvem o governador de Minas, Aécio Neves.