Satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta. Se essa máxima do comércio fosse aplicada ao Senado, certamente a instituição estaria com o saldo devedor. Uma das mais caras casas legislativas do mundo, destino de uma dotação orçamentária de R$ 2,6 bilhões, este ano, o Senado só conseguiu votar em plenário dois assuntos considerados de grande interesse público até agora: o projeto de lei que ampliou o Supersimples e a Medida Provisória que elevou o salário mínimo de R$ 350 para R$ 380 em 1º de abril.Mergulhados em uma crise política sem data para acabar, os 81 senadores que custam, cada um, R$ 33,1 milhões por ano aos cofres públicos, preferiram se voltar para questões intestinas e deixaram em segundo plano o debate das grandes questões que afetam a população.
Fonte: JB Online
Governo pedirá extradição de Salvatore Cacciola
Brasília - O governo brasileiro pedirá a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola preso na manhã desse sábado (15) em Mônaco, no sul da França. A informação é da assessoria do Ministério da Justiça. De acordo com a assessoria, amanhã (16) representantes dos ministérios da Justiça, das Relações Exteriores e da Polícia Federal vão se reunir para discutir o pedido de extradição do ex-dono do Banco Marka.
Em 2005, a 6ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou o ex-banqueiro a 13 anos de prisão em regime fechado por crime contra o sistema financeiro nacional. Cacciola estava foragido desde o início do processo.
O escândalo financeiro envolvendo Cacciola ocorreu em 1999 durante o processo de desvalorização do real, quando o Banco Central teria socorrido os bancos Marka e FonteCindam com R$ 1,6 bilhão. O objetivo seria impedir a liquidação das duas instituições para evitar um abalo em todo o sistema financeiro.
Fonte:Agência brasil
"Salvatore Cacciola" segundo blogueiro Josias de Souza
Quem não se lembra dele? Tornou-se figura nacional em 1999, sob FHC. Foi ao noticiário na pele de um delinqüente financeiro. Em 2005, já sob Lula, foi condenado a 13 anos de cana. Àquela altura, porém, já se havia escafedido para a Itália. Depois, refugiara-se no principado de Mônaco, onde foi alcançado, neste sábado (15), pela Interpol, a polícia internacional.
Cacciola foi arrancado do anonimato, oito anos atrás, no momento em que o governo tucano de FHC se deu conta, com atraso protocolar, de que o populismo cambial chegara ao seu limite. Sobreveio a desvalorização cambial.
Tratado até então como mago do mercado financeiro, Cacciola viu-se em maus lençóis, Seu banco, o Marka, geria uma carteira apinhada de compromissos em dólar. Com a desvalorização do real, viu-se soterrado com uma dívida vinte vezes maior do que o seu patrimônio líquido.
A pretexto de evitar o inevitável, o governo FHC saiu em socorro de Cacciola. Curiosamente, apesar do risco de terremoto bancário, o ministro da Fazenda de então, Pedro Malan, e o próprio presidente Fernando Henrique saíram-se com uma desculpa à Lula: nada sabiam.
No governo FHC ensaiou-se uma investigação no Congresso. Deu em pizza. Graças a uma maioria congressual domanda à base de fisiologia, o escândalo foi aos livros de história como um dos tantos que era FHC enterrou vivos.
Cacciola já fora preso antes, em junho de 2000, aqui mesmo, no Brasil. Porém, beneficado por um habeas corpus expedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF, picou a mula para a Itália. Efetivada a nova detenção, o governo tentará agora obter a extradição do condenado de Mônaco para o Brasil. Arrastar o fugitivo para o sistema prisional brasileiro é lenitivo essencial na eterna luta contra a impunidade. Uma luta longe de ser vencida. Que o diga o Senado da República.
(Josias de Souza)