terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Mundo:Morales sai vitorioso no referendo, mas enfrenta dura oposição na Bolívia


O presidente da Bolívia, Evo Morales, conseguiu impor seu projeto de reforma da Constituição no referendo de domingo, segundo projeções divulgadas por canais de televisão, mas a oposição que apostou no 'Não' e saiu vitoriosa em quase a metade do país, reclama também um papel nessa refundação do país.
O texto aprovado reforça o papel do Estado, consolida a nacionalização de recursos, permite a reeleição presidencial (que potencialmente permitirá a Morales ficar no cargo até 2015), reforça os poderes ds indígenas, que compõem 47% dos 10 milhões de bolivianos.
A vitória de Morales se sustenta, principalmente, pelo voto das regiões andinas de Oruro, La Paz e Potosí, alémdas áreas rurais de outros departamentos, que o apóiam fielmente.
A nova Carta Magna, que centraliza o poder no Estado federal e beneficia enormemente os setores indígenas da população, deve ser promulgada pelo presidente Morales assim que forem divulgados os resultados oficiais - o que provavelmente ocorrerá no final de semana, já que a contagem dos votos é realizada manualmente.
A votação transcorreu com calma, tendo sido registrados apenas algumas infrações eleitorais isoladas. Ao todo, 3,89 milhões de eleitores estavam habilitados para votar a favor ou contra a nova Constituição, através da qual Morales espera introduzir grandes mudanças em seu país.
Depois da divulgação dos resultados parciais, o presidente Evo Morales proclamou "a refundação da Bolívia", anunciando o fim da cultura de latifúndio e do "Estado colonial", que, para ele, se arrastavam há 500 anos no país.
Ao mesmo tempo, na cidade de Santa Cruz, o governador Rubén Costas, considerado o líder nacional da oposição, disse a uma multidão que "o 'não' triunfou porque o projeto queria nos dividir e confrontar os bolivianos".
Já o Mercosul felicitou nesta segunda-feira o povo da Bolívia pela "extraordinária jornada de transparência democrática" no referendo constitucional celebrado neste domingo no país andino, que aprovou a nova Carta Magna impulsionada pelo presidente Evo Morales.
France Press-Correio Braziliense