A discussão sobre a eleição presidencial em 2009 só interessa à oposição, diz o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É muito cedo para traçar estratégias relacionadas à sucessão, reforça o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.
Apesar dos discursos oficiais proferidos em público, o governo trabalha a pleno vapor a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto em 2010.
Além de prepararem um cardápio de obras a serem inauguradas pela “mãe do PAC” nos próximos dois anos, ministros e assessores de Lula operam em outras duas frentes.
Uma delas é a definição dos discursos que serão apresentados ao eleitorado a fim de atrair votos para Dilma, que ainda não entrou na casa dos dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto.
Em outro flanco, já começou a escalação de aliados que terão a missão de garimpar apoios e consolidar palanques para a ministra Brasil afora.
Um dos discursos entoados na luta por votos já é conhecido.
Trata-se de reforçar a imagem de “gestora eficiente” criada pelo presidente da República ao se referir a Dilma. Por isso, Lula pressiona os auxiliares a acelerarem os investimentos previstos em infraestrutura e nos programas sociais. Ele não quer que a crise interrompa o ritmo crescente de desembolsos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que poderia dar à oposição a oportunidade de mudar a alcunha de Dilma de “mãe” para “madrasta” do PAC.
Conforme antecipado pelo Correio Braziliense no último domingo, o governo planeja inaugurar 257 obras este ano, média de uma a cada 1,4 dia.Do total, 157 são relativas ao PAC. A centena restante é de escolas técnicas.
A ideia é aproveitar as solenidades para tornar Dilma mais conhecida.
“Ela circulará pelos estados, percorrerá o país”, declara um assessor do presidente. Levando-se em conta a mais recente pesquisa Datafolha sobre sucessão presidencial, a ministra terá uma longa jornada pela frente.
Fonte:Correio Braziliense