O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) protocolou requerimento nesta terça-feira (19/08) na CPI das Escutas Clandestinas da Câmara com o pedido de realização de acareação do delegado Protógenes Queiroz com o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity.
Como os dois apresentaram à comissão versões distintas sobre os rumos da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, o deputado quer colocá-los frente a frente para esclarecer pontos "contraditórios" dos depoimentos.
"Algumas pessoas estranharam o fato de fazermos acareação entre o investigador [Protógenes] e o investigado [Dantas]. Mas isso não é limitação. Para a CPI, ambos são testemunhas que podem colaborar com os trabalhos", disse Jungmann.
Segundo o deputado, Dantas se colocou à disposição da CPI para participar de uma eventual acareação com Protógenes. O delegado, por sua vez, disse por meio do seu advogado estar disposto a ficar frente a frente com Dantas para esclarecer acusações feitas pelo banqueiro sobre a conduta da PF na Operação Satiagraha.
Nesta quarta-feira, a CPI vai ouvir o depoimento do diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda ---que se colocou à disposição da comissão para esclarecer as afirmações de Protógenes sobre a participação de agentes da agência na Operação Satiagraha. Lacerda também quer esclarecer denúncias de que a Abin teria monitorado o gabinete do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, durante a operação.
O depoimento do diretor da agência de inteligência do governo ganhou mais força na semana passada, quando Dantas disse à CPI que Lacerda teria "armado" a Operação Satiagraha --a qual ele já comandou-- em represália a um suposto dossiê montado pelo banqueiro com informações sobre contas dele no exterior. A Folha Online apurou que Lacerda quer explicar aos integrantes da CPI detalhes sobre a atuação da agência em operações policiais, além de negar o grampo no gabinete de Mendes. O diretor da Abin ainda tem como objetivo refutar as acusações de Dantas no que diz respeito à "armação" da Operação Satiagraha --que era o diretor-geral da PF no período em que as investigações tiveram início.
Fonte:Folha News-Correio Braziliense
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