quinta-feira, 21 de agosto de 2008

CPI dos Grampos:Delegados da PF dizem que sigilo telefônico é frágil no Brasil

A fragilidade no sigilo de ligações telefônicas e a possibilidade de vazamento de informações obtidas das companhias telefônicas com autorização da Justiça foram abordadas nesta quarta-feira (20/08) na Câmara Federal pelos delegados da Polícia Federal Alessandro Moretti e Marcílio Locrato. Eles trabalharam na Operação Ferreiro, que investigou o uso de grampos telefônicos em Minas Gerais e em São Paulo.O delegado Moretti afirmou que sempre tem condições de identificar a responsabilidade de agentes que participam de operações, no que se refere a sigilo. No entanto, acrescentou, no caso do uso de informações telefônicas não podia dizer o mesmo em relação às operadoras de telefonia. Ele exemplificou que uma prova disso são as ligações que os cidadãos recebem em casa, com diversos objetivos, provenientes de pessoas desconhecidas e de empresas.Ele contou o caso de um detetive particular que ficou rico fazendo interceptações telefônicas em São Paulo e que teve apreendidas uma Ferrari e uma Mercedes Benz em sua casa.
Os delegados falaram na Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Federal que investiga os grampos telefônicos feitos de forma ilegal.O relator da CPI, deputado Nelson Pelegrino, acentuou que a participação de serviços terceirizados nas empresas telefônicas tornam frágil a questão do sigilo telefônico. O delegado Marcílio Locrato disse acreditar que não há segurança em ligações telefônicas em nenhuma parte do país, a julgar pela experiência que viveu nas investigações da Operação Ferreiro.
Fonte:Correio Braziliense-Agência Brasil