quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Correio:"Grampos aumentam tensão no Palácio"



Seguem trechos da reportagem de Gustavo Krieger publicada no Correio:
A figura central das dores de cabeça palacianas é o diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda. No primeiro mandato de Lula, quando dirigiu a PF, ele teve um papel estratégico. De um lado, manteve a polícia atuante, o que dava ao governo um discurso para responder aos ataques da oposição e às denúncias de corrupção. Quando aparecia um novo escândalo, Lula vangloriava-se de que em seu governo a PF atuava com mais liberdade e obtinha mais resultados.
De outro lado, Lacerda sempre foi um canal de informações muito importante para o Planalto. Com forte controle sobre a estrutura da Polícia Federal, ele acompanhava as investigações mais delicadas. Reunia-se todos os dias com o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e fazia um relato dos casos que poderiam ter conseqüências políticas. O informe era imediatamente repassado ao presidente.
Esse canal foi quebrado. O novo diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, nomeado após a posse de Tarso Genro no Ministério da Justiça, tem menos comando e um acesso restrito às informações. Isso ficou claro na Operação Satiagraha. A investigação, que tinha como alvo o banqueiro Daniel Dantas, tornou-se uma causa pessoal de Lacerda. Dantas foi identificado como autor de um falso dossiê que imputava contas no exterior a diversas figuras do governo, incluindo o então diretor da PF. Lacerda escolheu pessoalmente o delegado Protógenes Queiroz para chefiar a investigação e lhe ofereceu uma enorme estrutura. Quando deixou a PF, passou a ajudar na operação com efetivos da Abin.
O Planalto foi pego de surpresa e percebeu que não tinha mais controle das informações nem na Polícia Federal nem na agência de inteligência. Afastado temporariamente, Lacerda não deve voltar ao cargo, por falta de confiança do presidente. E com a prisão de Romero Menezes será necessário recompor a cúpula da PF.
Para piorar, vieram os desacertos públicos entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix. Eles deixaram claro que também na área militar falta controle ao governo.

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Grampos aumentam tensão no Palácio