Todos lemos ontem que o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro investiga se o Programa do Jô praticou preconceito e racismo.
Pois bem. Como tudo começou? A denúncia chegou ao Ministério Público Federal do Rio por iniciativa da Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros em Coimbra (Apeb-Coimbra) e por um auto-intitulado Fórum de Estudantes e Investigadores da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
Eles redigiram uma petição de repúdio ao programa e enviaram
e-mails a brasileiros divulgando a sua causa.
Leiam a seguir os principais trechos da petição :
Ilmo Sr, Ministro da Justiça, Tarso GenroIlma Sra, Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde RibeiroIlma Sra, Secretária Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéia FreireIlmo Sr, Procurador-Geral do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.
Nós, os abaixo-assinados, repudiamos o conteúdo exibido na programação da Rede Globo de Televisão, no dia 18 de Outubro de 2007, durante o "Programa do Jô", pedimos uma retratação deste veículo de comunicação pela violência simbólica perpetrada nas afirmações do programa e requeremos do Estado brasileiro a apuração da responsabilidade pelas ofensas reproduzidas.
Nesse dia, no programa desse conhecido artista brasileiro foi entrevistado o senhor Ruy Morais e Castro. A entrevista realizada com humor expressou frases racistas metamorforseadas em piadas inocentes que eram abonadas pelos sorrisos e aplausos da platéia, como pode ser conferido no endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=ySWZXekdBkw
Sabe também, enquanto signatário da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1968) , que "a doutrina da superioridade baseada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa, e que não existe justificação para a discriminação racial, em teoria ou na prática, em lugar algum".
O senhor Jô Soares e o Senhor Ruy Morais e Castro nos fornecem uma resposta como hipótese: os estereótipos racistas seriam reinventados pela mídia ao veicular atrações racistas como esta, do Programa do Jô.
O programa acima mencionado viola os direitos fundamentais expressos na Constituição Federal de 1988,as Convenções Internacionais de que o país é atualmente signatário e constrange toda a sociedade, como se não bastasse legitimar o ideário racista também acaba por propalar uma potente forma de apologia ao sexismo, à xenofobia e à pedofilia.
Espanta Fantasma comenta:
Não acho a tal entrevista do Jô Soares de bom gosto.