Os blogueiros de si mesmos estão impossíveis. Descobriram que uma boa maneira de conseguir alguma visibilidade é atacar a VEJA, o Diogo, o Reinaldo... Entre outras razões porque os nossos leitores ficam sabendo, entram na página do canalha e deixam lá o seu recado. As acusações são as mais diversas, vocês sabem: não respeitamos porcos fedorentos, não respeitamos biógrafos de porcos fedorentos, não respeitamos a opinião de quem divide com eles a pocilga ideológica que justifica a ditadura, o roubo e a morte.
Ao menos uma das acusações me deixou balançado: sou “financiado” pela VEJA!!! Na mosca! É a minha fonte de renda. A única — como os petistas podem saber se quiserem; o caseiro Francenildo que o diga, não é mesmo? Sempre tenho um patrão só de cada vez.
Lamento decepcionar, mas vivo do meu salário. E os blogueiros de si mesmos? Vivem de quê? Quem paga o leite das crianças? A boa vida? A língua solta? Quem financia a terrorismo?
Só não digo que quebro o meu sigilo porque, no Brasil, já o considero quebrado. Todo mundo topa assinar em cartório um documento expondo a sua vida fiscal e bancária? Aceito matar os meus adversários de tédio, mas desconfio que eles não me darão o prazer de me divertir com sua vida venturosa. A idéia de ser “financiado” não deixa de ter um certo apelo sedutor, não é mesmo? Mas sou um sujeito, nesse particular, de vida aborrecida: recebo mesmo é o salário velho de guerra. E chego a desconfiar que a VEJA é tão perversa que só me mantém aqui porque tenho leitores, aos milhares. A propósito: alguns blogueiros da Al Qaeda eletrônica, se não lhes mando alguns internautas, têm o quê? Quem é o “financiado”?
Os meus amigos — alguns petistas, acreditem; poucos, mas os há — sabem o quanto a coisa toda me diverte. Acho que isso acaba transparecendo no blog. Estou entre os privilegiados que conseguem pagar as contas sem sofrer, apesar de trabalhar em excesso (mas sou o único culpado por isso). A sensação de ser um dos que desafinam o coro do petralhismo é muito boa. Ver essa gente estrebuchar, babar o seu ódio, destilar o seu rancor desperta em mim uma curiosidade quase antropológica.
E, no entanto, a VEJA cresce; a Globo mal sente a existência da tal Record News (já chegou a dar 0,5 ponto no Ibope?); Lula É Minha Anta, de Diogo Mainardi, está na lista dos mais vendidos desde a segunda semana de lançamento; este blog é um sucesso; até meados de novembro, eu só perdia em refrências no Google, entre jornalistas e colunistas brasileiros, para Arnaldo Jabor — quem noticiou isso foi Olavo de Carvalho, em seu blog. Eu nem sabia (clique aqui).
Qual é, então, o problema desses caras? Falharam no seu propósito de condenar à solidão aqueles de quem discordam. Só pagam o mico e passam o ridículo de sugerir ao patrão alheio o que ele deve fazer com aqueles que são seus desafetos porque não suportam a divergência.
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