Acomodado na cadeira de coordenador político do governo há 17 dias, o ministro José Múcio traçou um diagnóstico pessoal do esforço de conseguir votos para a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no Senado, e atribui a escassez de votos a erros do próprio governo. O ministro corre contra o relógio. Lamenta ter “chegado tarde” ao Planalto. Gostaria de dispor de “mais 20 dias”,afirmou.Para Múcio, o governo errou, por exemplo, ao apostar excessivamente no poder de pressão dos governadores sobre os senadores. Acha que, diferentemente do que ocorre na Câmara, os executivos estaduais têm influência apenas relativa no Senado.
Outro equívoco que o ministro diz ter detectado é a disputa entre líderes de legendas governistas. Uma disputa movida a conflito de egos e briga por espaço político. Diz que, no PT, Aloizio Mercadante (SP) mede forças com a líder Idelli Sanvatti (SC).
O próprio Lula erra, na visão de Múcio, ao disparar torpedos verbais contra a oposição.
De resto, o ministro acha que o governo errou ao converter o ministro Guido Mantega (Fazenda) numa espécie de porta-voz das negociações em torno da CPMF. Para ele, o papel deveria ter sido desempenhado por gente versada em política.
