quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

William Waack sobre Lula:"Ninguém faz política externa entregando coisas de graça"

Evo Morales e Lula têm algo em comum, uma espécie de cacoete que se manifesta quando estão juntos: o velho hábito sindicalista de resolver coisas na base da conversa pessoal. O “extraordinário” Evo encontra-se com o “irmão mais velho” Lula e, no gogó, no fio do bigode, no tapa nas costas, resolvem que as relações entre dois países vão caminhar assim – “em resposta aos que queriam distanciamento”, como diz Lula.Os erros de política externa brasileira em relação à Bolívia repetem-se com previsível monotonia. Está tudo nos manuais básicos de diplomacia: não interferir nos assuntos políticos do vizinho (que Lula fez ao endossar Morales antes das eleições); não tolerar quebras de contratos (que Lula obrigou a Petrobrás a fazer); não parecer apoiar um lado num conflito (que Lula obviamente faz com o uso político de estatais como a Petrobrás).
Ninguém faz política externa entregando coisas de graça, ou sem contrapartida. Exigir respeito não é se comportar mal, nem prejudicar países vizinhos,afirmou o apresentador do Jornal da Globo.