Leia o que informa Diogo Schelp, na VEJA:
Um parque dos dinossauros políticos instalou-se durante quatro dias em um edifício à beira-rio em Montevidéu: o 14º Encontro do Foro de São Paulo, que reuniu partidos de esquerda da América Latina e Caribe, entre 22 e 25 de maio.
A quantidade de participantes era relativamente grande – 840 delegados, representando 107 organizações de 32 países –, mas a diversidade de idéias fossilizadas era pequena.
Apesar de muitos desses partidos e organizações estarem representados em treze governos do continente (as contas são do Foro), o que se ouviu nos debates foram cinqüenta horas de monocórdia repetição de refrões da Guerra Fria – "condenar a crescente e permanente ameaça dos Estados Unidos contra os povos do mundo", "defender a revolução cubana". A idade média dos presentes, pelo menos entre os mais ativos na tribuna, era de 60 anos. Muitos deles são militantes comunistas que, vinte anos depois de essa ideologia fracassada ter sido varrida da história, ainda não arejaram suas idéias políticas. Apesar de os membros do Foro de São Paulo participarem de tantos governos, só um presidente, o da Nicarágua
(o segundo país mais pobre do continente, atrás apenas do Haiti), compareceu ao convescote. Nem o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, cuja coalizão era a anfitriã do encontro, deu as caras. O naipe dos principais oradores em Montevidéu – o nicaragüense Daniel Ortega e o petista Marco Aurélio Garcia, assessor do presidente Lula – ressalta a irrelevância política dos debates que aconteceram em Montevidéu.
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