terça-feira, 10 de junho de 2008

Justiça absolveu o ex-interno do padre suposto pedófilo

Os quatro acusados de extorsão contra o padre"suposto pedófilo" Júlio Lancelotti foram absolvidos nesta segunda-feira (9), de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Eles também respondiam por formação de quadrilha. Não foram divulgados detalhes sobre a decisão porque o processo corre em segredo de Justiça. Ainda cabe recurso da decisão.O ex-interno da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), atual Fundação Casa, Anderson Batista, sua mulher, Conceição Eletério, e os irmãos Evandro e Everson Guimarães foram acusados pelo Ministério Público de “associarem-se em quadrilha com a finalidade de praticar reiteradamente delitos de extorsão contra a vítima”.
Em depoimento à polícia, Batista negou o crime. Ele disse que mantinha relações sexuais com o religioso desde os 16 anos e afirmou que o padre lhe dava dinheiro espontaneamente. Seu advogado, Nelson Bernardo da Costa, chegou a afirmar que o padre havia dado mais de R$ 600 mil a seu cliente.
Padre Julio Lancelotti disse que acreditava que “ia poder tocar no coração deles e que eles iam mudar pelo bem, e não pelo mal, não pela força”, e por isso não denunciou a extorsão antes. Ele contou que ajudou o ex-interno diversas vezes desde que saiu da Febem, como fez com tantos outros jovens.
Fonte G1
Decisões da Justiça, como se diz por aí, a gente não discute. Mas é possível gostar ou desgostar do desfecho. Nesse caso, confesso, eu gostei. Por quê?Porque, entendo, a corda estava arrebentando, para variar, do lado do mais fraco, né? Os “protegidos” do padre, da noite para o dia, tornaram-se bandidos terríveis, e ninguém mais queria saber deles.
Imaginem só: Lancelotti teria sido extorquido, em silêncio, por anos a fio. Mesmo pressionado, chegou a acompanhar o seu jovem amigo a uma concessionária para comprar um carro de luxo.
O padre tem seus próprios métodos —de “tocar no coração” dos seus assistidos.
Não dá para conhecer, por enquanto, a sentença, já que o processo corre em segredo de Justiça. Mas, parece, a acusação fundamental do padre — extorsão — foi recusada pela corte.