sábado, 2 de fevereiro de 2008

Blog do Josias: Governo se move para abafar CPI dos Cartões Corporativos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai cobrar fidelidade dos aliados do governo para tentar barrar a CPI dos Cartões Corporativos no Congresso Nacional, informa o blog do Josias.
Segundo o blog, Lula tem comentado em diálogos reservados que não é possível que o governo, "com o apoio que tem no Congresso", permita que a oposição instale "uma CPI como essa, sem o menor sentido".
No entanto, parte dos congressistas governistas vem se queixando de que o governo não os vem tratando como aliados, já que o Planalto demora em oficializar os nomes acomodados nas listas repassadas ao ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais).
O autor do requerimento que propõe a criação da CPI dos Cartões Corporativos é o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Os cartões corporativos do governo foram usados de forma irregular pelos ministros Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), Orlando Silva (Esporte) e Altemir Gregolin (Pesca).
Na quinta-feira, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Jorge Hage (Controladoria Geral da União) anunciaram restrições para o uso dos cartões.
Entre as medidas anunciadas está a proibição de saques em dinheiro para pagamento de despesas cobertas pelo cartão, com exceção dos "órgãos essenciais" da Presidência da República, vice-presidência, e ministérios da Saúde e Fazenda, Polícia Federal e escritórios do Ministério das Relações Exteriores fora do país. Despesas de caráter sigiloso também não foram incluídas na proibição.
As novas regras prevêem também que ministros poderão autorizar o saque de 30% do limite, o que precisará ser justificado.
Os gastos com o cartão corporativo somaram R$ 75,6 milhões em 2007 --mais que o dobro que no ano anterior (R$ 33 milhões).
Ontem, a ministra Matilde Ribeiro deixou o governo federal após as denúncias de irregularidades no uso do cartão. Em 2007, as despesas de Matilde com o cartão corporativo somaram R$ 171 mil. Desse total, ela gastou R$ 110 mil com o aluguel de carros e mais de R$ 5.000 em restaurantes.
Fonte: Folha on Line