quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Governo quer criar CPI para abafar CPI



Correio Braziliense : Governo quer criar CPI para abafar CPI
A sorte está lançada: com o aval de Lula, e antecipando-se à oposição, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) protocolou o pedido de abertura de uma CPI para investigar os gastos do governo com cartões corporativos. A iniciativa, além de dar ao Planalto o possível controle sobre a CPI, propõe que a apuração inclua também o governo FHC. “É uma manobra para evitar investigação”, irritou-se o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que reúne assinaturas para tentar criar uma CPI mista. Ontem, o Planalto anunciou que ministros não terão mais direito ao cartão corporativo.
Rex:O esforço para envolver na investigação o governo FHC — ao qual Jucá também serviu — é só uma estripulia malandra para diluir as acusações contra o governo Lula e tentar esfriar o ânimo investigativo da oposição.
Pois é. No começo da noite de ontem, eis que o líder do governo no Senado, Romero Jucá, protocolava na Casa um pedido de CPI, com 31 assinaturas, entre parlamentares da situação e da oposição. O pai da idéia é o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Lula inicialmente resistiu, mas foi convencido pelos líderes governistas de que uma CPI acabaria sendo inevitável. Assim, melhor controlá-la já no nascedouro.
Franklin tem a ambição de ser um bom gestor de crises. Na Internet, vocês acharão muitos textos seus, do tempo em que era um jornalista “isento”, criticando o que poderia ser definido como “falta de protagonismo” do governo. Ele está lá, agora, para isso. Para o PT, uma comissão de inquérito é só um capítulo do Ministério da Propaganda.
Repito:Em seu requerimento, Jucá pede a investigação do uso dos cartões de 1998 a 2008. O esforço para envolver na investigação o governo FHC — ao qual Jucá também serviu — é só uma estripulia malandra para diluir as acusações contra o governo Lula e tentar esfriar o ânimo investigativo da oposição.
Folha Online:
Por Renata Giraldi
Em um esforço para esvaziar a CPI mista dos Cartões Corporativos no Congresso, o governo federal mudou seu discurso na quarta-feira e passou a defender a instauração de uma comissão exclusivamente no Senado para investigar a utilização dos cartões. Os governistas defendem que as apurações comecem em 1998, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e estendam-se até 2008.
O Planalto defende a apuração dos fatos pelo Senado, porque na Câmara perderia o controle das investigações. A crise envolvendo os cartões corporativos do governo começou no dia 23 de janeiro, quando a Folha publicou uma reportagem informando que os cartões, indicados para gastos como a compra de material, prestação de serviços e diárias de servidores em viagens, foram usados em 2007 para pagar despesas em loja de instrumentos musicais, veterinária, óticas, choperias, joalherias e em free shop.


A depender do Planalto, os gastos de Lula, do vice José Alencar e as despesas relacionadas aos familiares de ambos serão guardados a sete chaves.
O objetivo do Planalto é nítido: ao arrastar FHC para o centro da fogueira, tenta refrear o ímpeto investigativo do tucanato,disse Josias.