Do Correio Braziliense
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) passou a última semana dedicado a uma missão secreta. Foi escolhido para tentar convencer o ministro Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União (TCU), a passar ao partido informações sobre os gastos com cartões corporativos do Palácio do Planalto. Jereissati foi indicado por motivos políticos e regionais. Aguiar é um ex-deputado federal do PSDB cearense. A esperança por trás da “arapongagem” tucana é encontrar entre as notas fiscais alguma prova que permita jogar a crise sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou sua família.
“Precisamos de um Fiat Elba”, dizia um dos líderes da oposição, no final da semana. É uma referência ao carro que teve papel decisivo na queda do então presidente Fernando Collor em 1992. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava corrupção no governo dele descobriu que o veículo, usado pela família do presidente, tinha sido comprado com dinheiro de um esquema de caixa dois. A revelação fortaleceu o processo contra Collor e levou à sua renúncia.
A maior parte das despesas feitas com cartões corporativos do Planalto é mantida em sigilo, sob a alegação de que sua exposição colocaria em risco a segurança do presidente da República. Mas todos os gastos precisam ser comprovados por notas fiscais, que são fiscalizadas pelo TCU.
São essas notas que a oposição cobiça, seja pela arapongagem seja pela CPI.