São cumpridos 30 mandados de prisão e 35 ordens de busca e apreensão. FBI prendeu dois brasileiros em Miami, diz PF
Operação Pirita
Segundo a PF, o objetivo é desmontar esquema de organização criminosa transnacional que lesava investidores do mercado financeiro (pessoas físicas e jurídicas) de vários países, principalmente Inglaterra, Espanha, Austrália, EUA e alguns países da Ásia.
A operação ocorre em conjunto com autoridades norte-americanas. São cumpridos 27 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 35 ordens de busca e apreensão.
Nos EUA, o FBI cumpriu dois mandados de prisão contra brasileiros em Miami.
Segundo informou a PF, a organização criminosa usava alta tecnologia para forjar sites de falsas empresas de fusões e aquisições, agências reguladoras norte-americanas e asiáticas e diversos contratos e documentos com o objetivo de enganar estrangeiros possuidores de ações com baixa liquidez.
Ao explicar o esquema, a PF informou que, a partir de um “boiler room” (escritório especializado nesse tipo de fraude) situado em São Paulo, e recentemente transferido para Buenos Aires, operadores de telemarketing de diversas nacionalidades, que se passavam por intermediadores, ofereciam condições irrecusáveis para compra destas ações.
Para concretizar o negócio, era exigido o depósito antecipado de taxas de corretagem e impostos, com a promessa de restituição do dinheiro. Esses recursos, diz a PF, eram transferidos pelos clientes para contas abertas nos EUA pelo núcleo da organização responsável pela movimentação financeira dos ativos.
Com o dinheiro depositado nessas contas, eram feitas transferências para diversas outras contas, de forma sucessiva, com o intuito de apagar o rastro da origem dos recursos. Por fim, o dinheiro chegava às contas dos integrantes da organização em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, por meio de ação de doleiros.
Segundo autoridades dos EUA, o grupo atuaria há cinco anos, sendo três no Brasil. A PF diz que se estima que a organização tenha obtido lucro acima de US$ 50 milhões.
A PF informou que os doleiros que auxiliavam a organização a movimentar os valores e trazê-los ao Brasil estão na lista das prisões temporárias, ao lado de empresários e pessoas físicas que agiam na lavagem do dinheiro das vítimas.De acordo com a Securities and Exchange Commission, órgão norte-americano semelhante à Comissão de Valores Mobiliários brasileira, esse tipo de fraude é líder em reclamações perante o órgão regulatório.
Os principais crimes cometidos pela quadrilha são estelionato, evasão de divisas e operação de instituição financeira sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Somadas, as penas podem chegar a 33 anos de prisão.
Fonte: G1/GLOBO.COM