Seria incorreto chamar a sociedade americana de “militarizada” mas, para quem viveu nos Estados Unidos mesmo por pouco tempo, chama a atenção o quanto do jargão militar faz parte da linguagem do dia a dia.Um exemplo é dizer que fulano está “flying under the radar” – uma velha expressão de combates aéreos usada para descrever alguém que se comporta de maneira furtiva.
Outro exemplo é expressão idiomática “going over the top” (superando o topo), muito usada quando se quer dizer que alguém assumiu uma iniciativa. O “top”, nesse caso, é o parapeito da trincheira, o momento em que o soldado de infantaria sai da sua relativa proteção e é obrigado a encarar o fogo inimigo, correndo para o ataque.
Os americanos cultivam seus muitos monumentos (e mitos) de guerra. Ser um veterano de alguma campanha – e praticamente a cada geração houve uma grande campanha militar americana nos últimos 60 anos – significa, de novo, ser respeitado. Acabou há muito tempo a época na qual os que regressavam do Vietnã eram vistos com desconfiança ou até desprezo. Quem passou pelo Iraque é admirado.