A ministra Matilde Ribeiro, como diria frei William, de O Nome da Rosa, já é carne queimada. Está fora. Pode arrumar as trancinhas e a trouxa e pedir pra sair. É, com efeito, enfiou o pé da jaca, não é mesmo? O Jornal da Globo mostrou ontem à noite: andava de carro alugado e motorista em pleno feriadão, quando não tinha agenda. E por que ela fazia isso? Ora, porque podia. Tem de ser demitida, sim. Mas é evidente que ela se transformou num bode expiatório. Observem: a mulher é uma inexperiente naquilo em que os petistas são profissionais. Ela deixava rastro, a bobalhona. Tivesse sacado o dinheiro na boca do caixa, como aqueles que gastaram R$ 45 milhões, e ninguém saberia de nada. Matilde só fez o que viu fazer à sua volta. Sua causa, ideologicamente, é puro ludíbrio, mas ela, pobrezinha, padece daquela inocência do deslumbramento, de quem cai de boca no pote melado.
Fez besteira e, por isso, vai cair. E tem de cair. Mas será servida como boi de piranha, para que a manada do lulismo passe incólume. A questão está longe de ser resolvida. E os R$ 45 milhões sacados em espécie? Por quem? Para quê? Se o próprio Lula, em seu decreto, decidiu “proibir”, então admite a farra. E há dois outros aspectos perversos nisso tudo.
Matilde sai, e a roubalheira no país não é nem mesmo arranhada. Os realmente safados gastam pouco com cartão. Não costumam deixar rastro nem atos de ofício.