terça-feira, 13 de maio de 2008

Saída de Marina e chegada de Minc deve mudar perfil do ministério

A possível ida do secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, para o lugar da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, que pediu demissão nesta terça-feira (13), deve provocar uma mudança no perfil da pasta. No Rio, Minc é elogiado pela rapidez com que emite licenças ambientais, acelerando a execução de projetos, o oposto do que ocorreu durante a gestão de Marina à frente do ministério. A saída de Marina foi anunciada na tarde desta terça-feira (13) e pegou de surpresa até mesmo alguns assessores próximos da ministra. Apesar de não citar nomes em sua carta de demissão, Marina atribuiu sua saída a “crescentes resistências encontradas junto a setores importantes do governo e da sociedade”.
"O presidente Lula lamenta a perda. O sentimento é de lamento, até pela relação pessoal que ele registrou ter com a ministra Marina", disse Aécio após encontro com Lula no Palácio do Planalto.
Após o anúncio de sua saída, alguns ministros chegaram a ligar para Marina para tentar convencê-la a permanecer no cargo. Nelson Jobim (Defesa), José Múcio (Relações Institucionais) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) foram alguns que conversaram com ela.
*Desafetos
Durante os cinco anos e meio que permaneceu no cargo, Marina Silva colecionou desafetos dentro e fora do governo. No mais recente dos episódios, Lula destinou ao ministro da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, a coordenação do Plano Amazônia Sustentável (PAS), lançado oficialmente no último dia 8, no Palácio do Planalto.
O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) não comentou a saída de Marina. A ministra e o governador tinham divergências sobre questões ambientais e sobre a política ambiental de Mato Grosso, um dos estados campeões de desmatamento.
*Câmara
Por ironia, no dia em que a ministra deixa o governo, a Câmara aprovou uma medida provisória que pode contribuir para o desmatamento na Amazônia.

A MP 422, aprovada nesta terça, ampliou de 500 para até 1,5 mil hectares a área que pode ser concedida pela União na Amazônia Legal sem licitação. Aprovada pela Câmara, a proposta vai agora ao Senado.
Fonte:G1