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No médio prazo há duas interpretações conflitantes. A primeira, contida num relatório da respeitada Agência Internacional de Energia, assume que razões geopolíticas e geológicas levarão inevitavelmente a um crise de suprimento de petróleo.
A outra interpretação no médio prazo parte do mesmo cenário (inflação de preços, disputa por recursos finitos), mas chega a conclusão bem diferente. O custo crescente do barril do petróleo levará a um resfriamento da economia mundial, que impediria o surgimento de uma crise de suprimento.
É difícil conseguir desempatar essa “briga” de interpretações neste momento. Outros episódios semelhantes de subida do preço do petróleo evidenciaram que custos mais altos viabilizam novas tecnologias e melhor utilização de combustíveis. Na década dos setenta os “choques” de preços e oferta (causados por razões geopolíticas e não geológicas) foram absorvidos por uma fantástica revolução tecnológica – a da era da informação.
Há um fator novo na política internacional do petróleo hoje, e ele é a ascensão dos países emergentes.É cedo ainda para se falar num “rearranjo geopolítico” –a China como nova super potência não é qualquer novidade–, mas, neste momento, parece suficientemente claro que o caminho dos emergentes estará subordinado em primeiro lugar ao acesso a fontes de energia e (insuspeitado para analistas dois anos atrás) apenas em segundo lugar à abertura de mercados, fluxos de investimento e acordos internacionais de comércio