sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Josias Cover:Governadores de São Paulo e de Minas Gerais voltaram a se bicar


Há um ano, em fevereiro de 2007, os presidenciáveis tucanos José Serra e Aécio Neves firmaram um armistício. Combinaram que só tratariam de 2010 depois que fossem abertas as urnas de 2008. O cessar-fogo acabou. Nove meses antes do prazo combinado, os governadores de São Paulo e de Minas Gerais voltaram a se bicar.
Ainda não foi disparado nenhum tiro em público. Mas Aécio decidiu reforçar o paiol. Iniciou a preparação para a guerra interna. Entre quatro paredes, o governador mineiro mostra-se incomodado com o que chama de “antecipação prematura do processo.” Acha que está em curso uma tentativa de transformar a candidatura presidencial do rival num “fato consumado”.
A negociação de Serra para transformar Gilberto Kassab (DEM) em candidato à prefeitura paulistana foi o estopim que alvoroçou as plumas do tucanato. Serra tenta rifar Geraldo Alckmin (PSDB), alternativa tucana ao 'demo' Kassab, em troca do compromisso do DEM de apoiá-lo em 2010. Para desassossego de Aécio, Fernando Henrique Cardoso veio ao meio-fio para defender a formalização da aliança tucano-democrata em torno de Kassab. “Se você pensar estrategicamente, seria ótimo que a aliança dele [Kassab] com o PSDB se mantivesse nas eleições [municipais de 2008], que o Geraldo [Alckmin] pudesse disputar o governo, o que liberaria o Serra para a presidência [da República]”, disse FHC.