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O fato é que deu bem para perceber o que acontece quando a imprensa é tangida por um conceito politicamente correto — eivado, diga-se, de uma má-fé adicional. Obama se tornou uma sensação porque é negro, filho bem-sucedido de um queniano, que critica com azedume a guerra do Iraque. Encarnaria, a um só tempo, as virtudes da América — qualquer um pode chegar lá — e também a correção de seus excessos. E poucos se interessaram em saber o que ele pensa de fato. O jornalismo mundial deu uma barriga sensacional porque decidiu arbitrar apenas a partir de esferas de sensações. Os jornalistas e a mídia é que estavam e estão encantados com Barack Obama, muito mais do que os eleitores. Outro dia,dei aqui uma raquetada em David Brooks, o dito “colunista conservador” do The New York Times, também apaixonado por Obama, como Marcelho Coelho.Concluí assim o meu texto: “Não sei, não... Brooks, nesse caso, não foi um conservador iconoclasta. Acho que foi apenas bobo. Está saudando a safra de políticos americanos que têm o cheiro inequívoco do populismo mais rasteiro do Terceiro Mundo. Um conservador mesmo gostaria de uma disputa entre Giuliani (ou o bom McCain) e Hillary, duas expressões do establishment que fez a Grande América.”
Dado o exposto, acho que Obama é, sei lá, um ótimo personagem
de um estilo literário ainda por ser inventado no Ocidente: o “Realismo Capitalista”.
de um estilo literário ainda por ser inventado no Ocidente: o “Realismo Capitalista”.