O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira (21) em Acra, capital de Gana, que não está descartado um eventual reajuste dos valores pagos ao Paraguai pela energia a que o país vizinho tem direito mas não usa. O reajuste é um dos principais objetivos do novo presidente eleito do país vizinho, Fernando Lugo.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, isso já foi feito no passado, por defasagem de preços, e poderá se repetir, segundo informações da Agência Brasil.
"Vamos continuar discutindo com o Paraguai normalmente como ele pode obter uma remuneração adequada para sua energia. Isso é justo", disse Amorim em Acra, onde participa de atividades da 12ª Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O tratado de Itaipu prevê que o excedente de um dos sócios deve ser vendido ao outro pelo preço de custo.
Questionado se o país faria isso, mesmo em detrimento de interesses nacionais, Amorim afirmou que o mais importante é a harmonia entre os países da região. Ele frisou, no entanto, que o Brasil não cederá a chantagens. "Mas também não creio que vá haver isso. Vai haver uma atitude normal de conversa, de encontrar soluções para um país com o qual temos uma relação muito próxima".
Dissonância
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não vai renegociar o contrato de fornecimento de energia da usina hidrelétrica de Itaipu com o Paraguai. "Nós temos um tratado, e o tratado vai se manter", declarou Lula, durante entrevista coletiva a jornalistas em Gana.
Fonte:G1-Globo.com