Por Leandro Colon e Daniel Pereira, no Correio Braziliense:
Com a benção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, decidiu correr do depoimento ao Senado.Pelo menos por enquanto. Ela não comparecerá amanhã à Comissão de Infra-Estrutura, que a convocou para falar sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de olho nas explicações sobre o dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com o cartão corporativo. Dilma e o governo querem tempo. Apostam no esfriamento do caso nas próximas semanas.Em reunião ontem com Lula e o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, a ministra avaliou que a melhor estratégia é usar os 30 dias a que tem direito para visitar os senadores.
A convocação foi aprovada em 3 de abril. Dilma promete aparecer no Senado após o dia 29, quando retorna de uma viagem oficial ao Japão.A própria ministra havia sinalizado que toparia depor amanhã. Chegou a mandar uma carta à Comissão de Infra-Estrutura colocando-se à disposição dos parlamentares.
Ontem, porém, o Palácio do Planalto decidiu mudar de rumo.Dilma ainda se recupera da entrevista coletiva desastrosa que deu no último dia 4 para falar sobre o dossiê. No palácio, assessores, ministros e a própria chefe da Casa Civil avaliaram que havia um risco de ela se complicar perante os senadores. Na conversa entre Dilma, Múcio e Lula, chegou-se à conclusão de que ela não ganharia nada depondo amanhã. Pelo contrário. Poderia se complicar ainda mais, caso repetisse no Senado as mesmas fragilidades demonstradas aos jornalistas.
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