Uma série de escândalos envolvendo padres pedófilos e crianças nos EUA, que explodiu em 2002 em Boston e abalou a imagem e as finanças da Igreja Católica americana.
"Li histórias das vítimas e para mim é difícil entender como foi possível que padres comportassem se dessa maneira",estou profundamente envergonhado e vou fazer o que for possível para que isso não aconteça no futuro" ,disse Bento 16 a repórteres a bordo do avião papal da Alitalia que o trazia, batizado de "Shepherd One" (Pastor 1).
Foi o mais amplo reconhecimento da questão feito pelo papa desde que assumiu, há três anos.Quando era o responsável por fazer valer a doutrina católica, posto que ocupou de 1981 até a morte de João Paulo 2º, o então cardeal Joseph Ratzinger visitou várias vezes os EUA para lidar especificamente com essa questão, que envolveu mais de dez mil menores e 5.000 padres dos 110 mil em atividade nos EUA -e custou aos cofres do Vaticano entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões.Desde que foi eleito papa, Bento 16 vinha sendo mais discreto. Até ontem.
Ele chegou a fazer uma distinção entre padres homossexuais e os acusados de pedofilia. "Não vou falar de homossexualidade, mas pedofilia, que é outra coisa. Devemos excluir completamente os pedófilos do santo ministério",disse Bento 16.
Continuou: "Quem é culpado de pedofilia não pode ser padre"
"Vamos fazer tudo o que for possível para ter um discernimento forte, porque é mais importante ter bons padres do que muitos padres",disse Bento 16.
Fonte:Folha
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