A Casa Civil decidiu prorrogar por mais um mês a sindicância interna que investiga o vazamento de informações que deu origem ao dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e sua equipe. Inicialmente, a Casa Civil pretendia encerrar a sindicância em 30 dias - 25 de abril -, mas decidiu estender as investigações até 26 de maio.O ato de criação da sindicância prevê apenas uma prorrogação por 30 dias. Por este motivo, as investigações terão que ser concluídas obrigatoriamente até o final de maio. Além da sindicância instaurada na Casa Civil, a Polícia Federal também investiga o vazamento de informações que deu origem ao dossiê.O governo argumenta que montou um "banco de dados" com informações da gestão FHC, mas nega a confecção de um dossiê que seria utilizado como instrumento político contra os tucanos. Reportagem da Folha atribuiu à secretária-executiva da pasta, Erenice Alves Guerra, a ordem para a criação do suposto dossiê.
De acordo com a reportagem da Folha, o banco de dados montado a pedido de Erenice é paralelo ao Suprim (sistema oficial de controle de despesas com suprimentos de fundos do governo). Com 13 páginas, o documento registra detalhes, fora da ordem cronológica, de diversos gastos, com ênfase nos feitos pela ex-primeira-dama Ruth Cardoso e naqueles que envolvem bebidas e itens como lixas de unha.
A oposição insiste que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) explique no Congresso Nacional o vazamento das informações. O PSDB conseguiu aprovar requerimento de convocação para que Dilma fale sobre o dossiê na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, mas os governistas vão recorrer contra a aprovação do texto.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), argumenta que o dossiê não é tema da comissão --por isso Dilma não poderia abordar o assunto em seu depoimento. A ministra já confirmou para a próxima quarta-feira (30) o seu depoimento à comissão, aprovado em outro requerimento da oposição, mas com o objetivo de ouvi-la sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O presidente da comissão, Marconi Perillo (PSDB-GO), trabalha para adiar o depoimento de Dilma para o dia 7 de maio. Com o feriado de 1° de maio, o senador teme que o Congresso esteja esvaziado para o depoimento da ministra.
Fonte:Folha News
