Na verdade, a vinda do poderoso navio de guerra –o centro de uma força de ataque conhecida como Strike Group 8– para manobras conjuntas com as marinhas da Argentina e Brasil tem um precedente político importante.
Entre oficiais da Marinha de Guerra do Brasil causou enorme descontentamento o fato de a Unitas (o nome oficial dessas manobras conjuntas) não terem sido realizada três anos atrás por interferência política atribuída por oficiais brasileiros a Hugo Chávez.
O George Washington tem 85 aviões de combate, entre eles o Super Hornet, a aeronave mais poderosa operando a partir de navios. Em um único porta-aviões dessa classe (a Nimitz) é mais avião de guerra de última geração voando do que a totalidade das aeronaves equivalentes à disposição da Força Aérea Brasileira.
Os pilotos e técnicos americanos provavelmente voam mais horas por semana em condições próximas às reais (45% dos vôos, por exemplo, são noturnos) do que seus colegas brasileiros e argentinos fazem em um ano, arrisco-me a dizer. Um dos pilotos brasileiros que assistia de camarote ao espetáculo de aviões ultramodernos sendo lançados e recolhidos à razão de 1 a cada 3 minutos (quase o ritmo de um movimentado aeroporto internacional civil) do convés de vôo do George Washington comentava com óbvia admiração: "o que eles fazem não é muito diferente do que a gente faz, mas a diferença é quantas vezes eles fazem".
Podemos, sim, ser tão bons quanto eles. É só parar de acreditar nas coisas erradas. E perder aquele complexo de vira-lata tão bem descrito por Nelson Rodrigues, e tão bem encarnado por Hugo Chávez.Porta-aviões mudaram a história das guerras nos mares, e a data precisa é o começo da Segunda Guerra Mundial, quando aviões japoneses acabaram em poucos minutos com dois formidáveis navios de superfície britânicos. Depois disso, e excetuando-se o uso da arma submarina para fins estratégicos, é impossível pensar em projeção do poder naval sem a aviação embarcada.