quarta-feira, 23 de abril de 2008

Josias:Procuradoria e PF montam estratégia anti-pedofilia

Google entrega à CPI dados secretos de 3.261 suspeitos
Relator da comissão repassará informações ao MP e à PF
Arma-se repressão inédita a pedófilos que usam internet
Advogado da empresa Google Brasil, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) confirmou ao blog do Josias: na manhã desta quarta-feira (23), serão entregues à CPI da Pedofilia do Senado um lote de CDs com dados pessoais, fotos e vídeos de 3.261 álbuns sigilosos. Encontram-se armazenados no sítio de relacionamento Orkut. Coisa até aqui sigilosa. A abertura constitui fato inédito.
Expostos por força da quebra de sigilo que foi imposta pela CPI há 15 dias, os álbuns virtuais escondem suspeitos da prática do crime de pedofilia. Estatística levantada pelo Ministério Público estima que, das 56 mil denúncias de difusão de sexo infantil por meio da internet, 90% ocorrem via Orkut.
Os gestores da Google vinham se recusando sistematicamente a compartilhar informações com autoridades brasileiras. Daí o ineditismo do gesto. Ouvido pelo repórter, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator da CPI, disse que irá repassar todo o material para o Ministério Público e para a Polícia Federal.
Pretende-se deflagrar uma repressão aos pedófilos em dimensões jamais vistas no Brasil. Simultaneamente, os senadores preparam alterações na legislação. Mudanças que visam facilitar a punição dos exploradores do sexo com crianças.
Deve-se a uma ONG chamada Safernet a circunscrição da apuração, no estágio atual, a exatos 3.261 álbuns do Orkut. A entidade dedica-se ao recebimento de denúncias de pedofilia na rede. Entre 29 de novembro de 2007 e 31 de março de 2008, realizou 6 mil operações de busca na internet. Logrou capturar os perfis dos responsáveis pelos álbuns agora submetidos a investigação.
Vem daí a convicção de que os dados que serão entregues pela Google permitirão intensificar o combate à pedofilia. As informações serão anexadas a apurações que já estão em curso. Entre elas a chamada Operação Carrossel, deflagrada pela PF no final do ano passado.
“Temos agora nas nossas mãos a prova material do delito”, festeja Demóstenes Torres. O senador é assessorado em seu trabalho por especialistas na matéria.
Gente requisitada ao próprio Ministério Público e à PF. Daí a linha direta que estabeleceu com as duas repartições.(...)
Fonte: Blog do Josias