Pela manhã, promotor afirmou que havia trechos fantasiosos em depoimento do pai.
Marcelo Mora Do G1, em São Paulo
Depois de passar 45 minutos no prédio onde morreu a menina Isabella Nardoni, no Carandiru, na Zona Norte de São Paulo, o promotor Francisco Cembranelli afirmou, no início da noite desta sexta-feira (4), “que qualquer conclusão (sobre o caso) é precipitada”.
Pela manhã, em entrevista coletiva, ele afirmou que havia trechos "fantasiosos" nos depoimentos dados à polícia por Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, pai e madrasta da menina.
Durante a visita, o promotor pôde tirar a dúvida sobre um dos pontos que considerou controverso em relação ao depoimento dado por Alexandre Nardoni no dia da morte da menina. “Não houve arrombamento do apartamento”, disse. Policiais que atenderam a ocorrência na noite de sábado (29), afirmaram que Alexandre chegou a dizer que a porta havia sido arrombada e que havia alguém dentro do apartamento. Ao registrar boletim de ocorrência, Nardoni não citou a informação.
Para o promotor, dificilmente alguém teria invadido pelos fundos o prédio onde mora o pai de Isabella. “Se fosse o homem-aranha, talvez (conseguisse pular). É bastante alto no fundo. Deve ter perto de quatro metros”, afirmou. Segundo ele, a cerca elétrica não estava funcionando no dia do acidente, porque o prédio é novo.
O promotor disse que há gotículas de sangue no corredor de entrada do apartamento, em paredes, em um colchão e em um lençol. Além disso, depois de olhar pela janela do quarto de onde a menina teria sido jogada, ele constatou que é uma linha reta até o jardim, onde o corpo foi encontrado.
Investigações
Isabella, de 5 anos, morreu no sábado (29). A polícia trabalha com a versão de que a menina tenha sido arremessada pela janela do apartamento onde mora o pai, no sexto andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo. Mas o promotor disse, nesta manhã, que não descarta a possibilidade de ela ter sido colocada na grama do jardim e não ter sido arremessada. “Isso vai se comprovar com a conclusão das investigações policiais”, disse Cembranelli, pela manhã.
Na opinião do promotor, entre outros pontos que devem ser esclarecidos, está o momento em que a família chegou ao prédio e subiu ao apartamento. De acordo com o inquérito, o casal teria entrou no prédio por volta das 23h30 e o porteiro diz ter ouvido um barulho, que seria da queda de Isabella, entre 23h45 e 23h55.
Segundo a versão dada pelo pai à polícia, não se passaram mais que 5 ou 7 minutos o período em que ele leva a criança para o apartamento, retorna ao carro e volta a subir para o apartamento no 6º andar.
Ainda segundo Cembranelli, até que os bombeiros e policiais chegassem, o corpo de Isabella não foi tocado. “Não foi mexido. Não houve desespero de ninguém em prestar um socorro imediato”, afirmou.
Perícia
Na sexta (4), o prédio passou por uma nova perícia, entre as 11h30 e as 13h. Técnicos do Instituto de Criminalística (IC) mediram o muro que cerca o prédio e verificaram qual seria a área abrangida pelo circuito de câmeras, caso ele estivesse em funcionamento no dia crime.
O local foi novamente fotografado porque as fotos tiradas na perícia anterior, realizada na noite de quarta-feira (2), ficaram escuras.
Fonte:Globo.com