Campeão das urnas, protagonista de nove vitórias seguidas sobre a oposição, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, só tem recebido más notícias dos institutos de pesquisa desde sua primeira derrota eleitoral, em 2 de dezembro, quando fracassou na tentativa de impor por meio de um referendo uma reforma constitucional que reforçaria seus poderes e lhe permitiria candidatar-se a infinitas reeleições. Nos últimos dias, dois institutos, o Datos e o Keller & Associados, mostraram que a popularidade de Chávez está hoje na casa dos 37% - segundo analistas, com tendência de baixa.
“Houve uma ruptura na estranha relação de afeto que existia entre Chávez e a população mais pobre”, disse ao Estado o presidente do Keller & Associados, Alfredo Keller. “O presidente chegou ao poder como a grande esperança de promover a distribuição da riqueza e reduzir o abismo que separa ricos e pobres no país. Mas, apesar da alta do preço do petróleo, a condição de vida da população não melhorou no ritmo esperado.”
O declínio acentuado da popularidade de Chávez põe em xeque os candidatos chavistas nas eleições do fim deste ano para governadores e prefeitos. Mesmo após o revés de dezembro, o presidente rejeita os números das últimas pesquisas. No programa Alô, Presidente! do domingo passado, disse que “há pesquisas que põem a aprovação do governo na faixa dos 20%”, acrescentando: “Acho que esses institutos fizeram essa pesquisa não aqui, mas nos EUA, e se referem à popularidade de George W. Bush.”
Fonte:Estadão
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