O que o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) fala não se escreve. E, quando se escreve, ele costuma se estourar. Ciro é, como vocês sabem, a expressão mais sonora do PUN — o Partido Único —, que tem a sua estréia marcada nas eleições de Belo Horizonte.Mas o que esperar dele, dada a sua trajetória? O filhote dileto da Arena, da ditadura, como diria Leonel Brizola, está hoje no PSB, depois de ter passado pelo PMDB, PSDB e PPS. É um discurso em busca de amigos. Encontrou abrigo no lulo-petismo e está esperando para ver se cai alguma coisa da mesa. Para o Apedeuta, faz festa; para as oposições, mostra os dentes. É de sua natureza.
Uau! Se falta de lógica fosse mato, Ciro morreria empanturrado.
Quem é Ciro Gomes para falar? O coronel de Sobral? O herdeiro do filhotismo político? O filho de político, o irmão de políticos, o ex-marido de política? Como é que este senhor e os seus ganharam a vida até agora? O que tem para oferecer como exemplo? O Ceará? O Ceará que está lá ou o Ceará fora de lá, com milhares de pessoas banidas pela elite política local, que Ciro hoje representa?
Os escândalos estouram na imprensa paulista (ou paulistana) — e, justiça se faça, também na carioca — porque, afinal, elas cumprem o seu papel de investigar o poder, em vez de adulá-lo. Ciro, claro, não gosta disso. Afinal, ele é o homem da "nova hegemonia moral e intelectual". Por isso o PUN de Belo Horizonte (com o PSDB de Aécio e o PT de Lula) vai emplacar como candidato um aliado seu, Márcio Lacerda, que figura entre as potestades morais de Marcos Valério.De fato, a imprensa atrapalha esses caras. Não fosse ela, dá para imaginar o que eles não estariam fazendo.