Pedem-me que comente a não-renovação do "mandato" de Mário Magalhães, que era ombudsman da Folha. Comentar o quê? Ele é funcionário do jornal. Dadas as funções próprias de um jornalista, e asseguradas as condições que garantem a dignidade profissional, o jornal paga, e ele executa. É um contrato. Quando um dos lados não está contente, revê-se o que foi pactuado. Acontece isso milhões de vezes mundo afora: pessoas se demitem, outras são demitidas, e algumas mudam de função kkkk.
Escrevi "mandato" entre aspas. A direção da Folha "elege"; a direção renova se quiser. O que tenho eu a ver com a forma como as empresas cuidam de sua organização interna? Nada! Não havendo heroísmo nenhum em ser ombudsman, tampouco há em deixar de sê-lo. O caso só desperta algum interesse porque os fãs das críticas de Magalhães, entre os quais, como sabem, não me incluo, tentam transformá-lo em "herói da resistência".
Essa história de ser "procurador dos interesses do leitor",e usar um espaço num jornal como "instrumento de pressão política para favorecer um lado só",é estranho(...).
Pegue-se o caso da excelente cobertura que a Folha tem feito do episódio do dossiê.Aposto que o então ombudsman recebeu mais críticas de leitores do que elogios.
E a razão é simples:Dizem que ele teria recebido "um incentivo"(...)para malhar o jornal.Vai ver essa cultura da reclamação, mesmo estimulada, tem a sua utilidade.
Não conheço nada mais ridículo, bisonho até, do que sapo de fora (ombudsman) dizer como os patrões da mídia devem tocar o seu negócio. Eu não digo. No máximo, escrevo se gostei ou não gostei de uma reportagem, de uma análise ou de um editorial e exponho os meus motivos. Mas não me atrevo a dar "conselhos" aos donos da VEJA, da Folha, da Globo ou do Estadão. Não pago esse mico. Aposto na sua capacidade de manter viáveis as empresas — de preferência, gerando mais empregos.
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